segunda-feira, 16 de julho de 2012

Onde mora a sensibilidade

Foto: Farm


Um dilatar de desejos
madeiras perfumosas
abro meu peito

tenho a fome e a sede
sacio-me nos riachos
da alma 

am(a)ndo à procura do tudo
nada me falta 
[atento
percorro os mundos imaginários
levanto suposições

enxergo
banhados onde bandos levantam voo
formando figuras no ar

aves brancas ou de penas coloridas
com muitas delas faço um cocar
guerreira nas matas atlânticas

ergo o meu arco-flecha
disparo e corro na direção 
caço-palavras, letras, adjuntos
vocativos, vogais

elas fugidias provocam-me
enquanto meus olhos encantam-se

bromélias, orquídeas, quaresmas
resmas nesse interior papel
escrevo-te

já ouço o canto 
Uirapurus e Bem-te-vis
no dorso da floresta
despontam cantando

cacique já disse:

ali junto ao arvoredo
moram as feras-letras
irás encontrar o Riso
grande Sabedoria
aCriança-te

Joice Furtado - 16/07/2012

0 comentários: