terça-feira, 10 de julho de 2012

A janela inventiva

Foto: Kiyo Murakami


é! essa dor que me engasga
tristeza a alma expõe
minha pouca calma

falta de mim
realmente falta
algo?

duvido que de algo duvide
arrisco então o supor

no vácuo frio o nada expande
cheio ou vazio esse é matéria
copo de vinho sobre a mesa

expando-me em delírios
e rosas no peito
aperfeiçoando caminhos assim
vislumbro a passagem entre os mundos

a ante-porta
sala das horas bem-vindas
lindas quimeras teço
eis aqui
refrigério

rio corrente na serra
aposta corrida ligeira
peixinhos dançam entre as pedras

a sobra nada aproveita
falta e com essa vou
ato-me ao imortal
abstrato
tecido espaço-gerador

pensamento viajante
chora, sorri, molda-se aos berros
mentais auto-falantes

debruçada à borda inventiva
olho centenas de palavras-rimas
arrimo sentimentos
luzeiros - o Palco divaga-
essa mente
enquanto a vida apresenta
lumes aos olhos cansados

Joice Furtado - 10/07/2012

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