Os livros na estante
por mãos vincad(o)s
[do tempo
poeiras
no quarto vazio
um gemido de angústia
acumulam-se os ais
dos anos por anos demais
cacos estilhaçados no chão
mais um co(r)po
derramado
sobre o colchão de molas
rangentes os pensamentos voam
lá fora a chuva cai
[estri-dente que aperta
esmigalha o outrora
amor risonho
soa aos quatro ventos
[suam
os dedos, os poros, os veios
ainda esperançosos
da flor de outonos
mais uma primavera ao coração
um novo recomeço
hajam contornos nos lábios
purpúreos paetês em
[corpetes, saltos-agulha
aja mais, muito além
Vida
por todos os outonos passados
e os que por vir estão
valem
a pena esses escritos lacrimais
encharcados de emoção
Joice Furtado - 18/07/2012
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