domingo, 1 de julho de 2012

A lira que nos habita



Per[corre]s-me em cadência de lira
ritmado prossigo enquanto tu guias
pelos rios fluidos e quentes desejos
meu-teu[cor
ação

alongado nas palavras com [rimas]
pronuncio aos ares folhas no vento
De[lírios] e rosas sobre a cama vão
emoldura-me e [figuro] ao teu lado
Co[n]stela
presa aos compassados toques ardo
[em
Canção 
que me tomas com semelhante jeito
Danças comigo de tal modo inebria
minhas mãos direciono nesse peito

de[lira] e sonhos bem definidos dita
sussurradamente que tu queres[meu
olhar sobre o teu assim é o fascínio
de música cantada ou alma perene-
imortal ao som que de ti se anuncia
Liberdade

sorrindo as veias pronunciadas aqui
metidas em palavras e organizadas
querem gritar Amor ao mundo assim
Instrumento meu

poema 
explosivo perfaz a pequena distância
amar-a-[tona] tónica a pele umidificas
abrindo os poros -descruzando pernas
lambendo as vírgulas

quentes, famintas e trêmulas
penetrando alma/espírito com avidez
rio-me ao gozo das correntes ígn(e)as
transformada paisagem por cada vez
que encontro 
abertos os caminhos 
rochas escandantes as águas almejam
meu exposto, teu depositário
estuário de mim 

Todo sou- feliz

contigo o litoral a[dentro
entre céu e terra, ar e sal
boca em boca teus lábios
meu rio cheiroso- jasmim
a[colhendo]-te no quintal
[Seio

caloroso-
momento

Joice Furtado -  01/07/2012

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