Foto: Igor Morski
Vejo a guerra latente no horizontecheiro de ódio e sangue, o confronto
tão insinceros em maquinações
fantasmas e suas atribuições
mercenárias declamam horrores
Eu, no meu casulo-moribundo
vejo também os que se ajuntam
os tais ressentidos com mortalhas
sujas pela lama da estrada barrenta
essa praga que ao secar queima os olhos
vejo seus ossos estalando e os cães ladram
ganem pela noite adentro em mil delírios
profeta-mendigo rei-ladrão ou asno falante
execro idiotas que cagam goma sem razão
eu vejo a grande travessia dos vultos
espinhos, lampejos de amantes-sombrios
esses reluzem como esqueletos sob o sol
animais maus em sua gasosa putrefação
corpos franzinos despejam vômito da boca frouxa
vejo a paga da vã-constelação asteróides-irmãos
com egos inflados feito sapos coaxando no lamaçal
enxergo já que ver é pouco porque espero observar
o disparar das armas entre os cascalhos do quintal
aspirações derribadas de arrogantes azedos
memórias devassadas pelo pavor-medo indizível
tantos erros descritivos auto-falantes
ressoam aos berros cotovelos doídos do desprezo
eu vejo a volta ao mundo em um segundo
juras revanchistas mascaradas entrelinhas interpostas
eu vejo e me rio por dentro mesmo mudosou o mau-bem que ainda rebaixa-exalta
sua(s) suposta perfeição meu asco derrama
as podridões imensuráveis da alma ferida
aquelas não temem latidos vãos
Joice Furtado - 31/07/2012
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