Arte: Lena Gal
Aprendi com o tempo
[a renovar minhas próprias confianças
desfazer zelos, implicar em alguns
Alegrar-me com vitórias alheias
perdoar algumas vezes
também esquecer de perdoar
Esperar um tanto mais
[de mim contando que percebam
o valor dessa espera
e quando não percebida
deixar meus sentimentos livres
da preocupação do agrado
Aprendi que um tapa no rosto
[dói como a sensação que lhe impede o ar
porém, observando, compreendi
pior que um tabefe é a desfeita de o dar
com palavras e gestos em quem só ama
a injustiça corrói a alma
justapõe-se ao desespero
caco de vidro moído sob os pés
afamada covardia eu dispenso
Aprendi como se deseja aprender
tal é a maravilha de sentir a vida
saber que há sempre
o outro lado
um novo aprendizado em tudo
Nas ondas dos cabelos
deslizar-me pelos meios
fios de linha do destino
ser um sol, lua, quimera
fantasia
*
ode aos ventos
mares azuis céus com nuvens
aberto o coração
abrir os braços e voar
com todas as forças
ser leve
levitando entre os aconteceres
amanhecer em mim, ainda que breve
um pássaro tem a liberdade
toda ela em seu próprio pensar
Após a chuva
cheiro de tarde entusiasma-me
Andorinha
é hora da revoada
Joice Furtado - 23/07/2012
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