segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sortes



Com mil gatos pretos!
Sou o desassossego
Tropeço que lhe tomba à esquina
Fada maluca ou menina
dos papéis recortados em lua

Pálida das horas sombrias
gargalhadas da meia-noite
Drinques voluptuosos 
derramo
meu desprezo como açoite

Desdobra-se o soberbo

dedo podre de alma dobre
de raciocínios pobres, olhar torpe
gestos ignóbeis
Destravada língua, má cana
anzóis prendem-lhe a boca

pesquei a ideia

no lago podre, mentirosos odres
cheios
o enxofre vai subindo
queimando narinas bajulais

eu que não sou nobre
ou esnobe
desfaço até mesmo do que penso
porque ainda me falta de-mais

Saberes

Julgo? Ai de mim se o faço

Pária de pálio aberto
minha pátria sou eu
parturiente de sonhos

Com mil gatos pretos!

Estúpidos e ignorantes alguns humanos
deixemos os gatos em paz
pressentindo vão os hálitos
maquinações infernais

Esses são os tais

azares

Joice Furtado - 11/06/2012

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