quinta-feira, 14 de junho de 2012

Cortina de giletes



filete de água que passa
sangra 
gilete percorre a carne
escorre o sangue
ensanguentadas mãos
língua macabra
incoerente hum(a)no

perdeu a noção

cortinas cortantes espalhando

putrefatas bocas de ralo
esgotos a céu aberto
ele morre, ele exala
sua danosa-corrupção

mal cheirosos ventos
infestam a cidade
ai de quem vai pela esquina

de almas ensanguentadas
lama podre respira
contaminações fecais 

indústrias dos infernos

estriando filetes nesse chão
fétido

a alma lave a tempo

Os rios daqui estão todos morrendo. Querem plantar flores no esgoto? Coitado do povo.

Joice Furtado - 14/06/2012

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