sexta-feira, 22 de junho de 2012

As armaduras do poeta


Disseram-me: tua arte é lixo!
lixo-me com isso
disparo minhas unhas

pedra, papel, mão, caneta
há sempre um besta
que não sabe o que falar

enleados em restos, formados monturos

violam-(s)-elos, fracos humanos
em (si)elos de pura escuridão
voam tantas barat(a)s
pragas advindas do chão

bichos arrolam-se escrotos
articulados aninham-se em meias
enganam-se asneiros
palavras 
são poder e tesouro
armaduras para lutar

*
A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las.
Aristóteles

Joice Furtado - 22/06/2012

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