quinta-feira, 14 de junho de 2012

As rendas do corpo



Quando te vejo
rebrilham os olhos
lampejo de raio
bate-bate peito no jeito
estremeço

abre-manto
tanto que tonteio
abre-pranto
não feches meu
olhar

abre-me as portas
para ver

vejo-te
viajo os céus dos céus
nuvens da mente desanuvio
meus olhos de lágrimas

amando
admir(a)ndo com passos largos
corro e, como corro

pelas ruas entrecortadas
pelas rendas desse corpo
arrendo-me em ti
não se arrede, sim!

deslizo no liso desses cabelos
da pele que degusto
voz que ouço, sopro

vida em minhas narinas

de barro formado homem
reformo-me, reformulo atos
desato esse desatino
eu menino, meninice de versos

entrego-me a eles
diletos sonhos compostos
parágrafos, estrofes a gosto

quanto gosto, quanto
de viajar por essas galáxias colossais
loucuras nada artificias
nada metrificadas, expansão de mim
empolgando o tanto e o talvez

minúcias que me apontam loucura
boa, impaciente, de(s)controlada
e livre, rio-me

liberdade é essência!

estendo as minhas asas de luz
corporal 
energético solar dos sonhos
o prazer compõe

enzimas, são elas sim
as mantenedoras da alma minha

poetize-se bela
poetize, enquanto aqui
vou-te recolhendo 
das flores as pétalas
formosos versos

Joice Furtado - 14/06/2012

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