Foto: Joyce Tenneson
Deitado sobre ventre amado
o homem reconforta-se
descansa antiga criança
emocional
apegado ao seio macio
calor evaporado é música
fresco ar-respiração insufla
pulmão triste de não respirar
antes o fluido abraço
na sinuosidade feminina todo encaixe
fusão
aprofunda-se quem vibra na chama
Deitado sobre o ventre brisa
sopra serena no rosto encanto
carne jornada além-terra
morte-vida em minuto
a força retoma prumo
rios incandescentes nos lábios
supra e inferiores
mulher-útero em deleite
suas lágrimas são chuva
molhando a terra
olhos-automóveis
autos-retratos
vasto amor
Nas solidões mulheres
há pegadas que se dispersam
sempre uma nova caminhada
recomeço
dentro daquelas todo o desejo
surpreende e perpetua a natureza
envolto em seus peitos
homem-consciência de si
os dois intervalos
mesmo espaço-tempo
as retas unem-se
no ninho decidido
pássaro
alimenta-se de certezas
só quem gosta
mais espasmos provoca
real beleza
a joia mulher fala não só ao falo
importa-se
com si e com quem ama
sacia
alucina
preenche
sobre feminino ventre
o homem sua forma revigora
a mulher o sente e ao se preencher
goza
Joice Furtado - 02/09/2012
Inspirado em texto de Anaïs Nin
Inspirado em texto de Anaïs Nin
0 comentários:
Postar um comentário