segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Ao cerrar das pálpebras

Imagem: Mark Arian
Encaro essa tarde que me segreda
olhando nos olhos
toca-me o pescoço seus lábios
tenras folhas de primavera
verdes-claro
sol espalhando-se pela ramagem


sorriem as árvores, morros, abelhas
coração selvagem tenho
pedra-cascalho-mato-terra
livre imensidão
cerrando pálpebras imagino

abraço nunca esquecido
cheiro em um milhão
de compassos rítmicos
enlaces de mãos
procura ávida
paixão em desatino


por aqui tudo vai bem
a não se a insônia
chegando pela madrugada


confesso-te meus segredos
em ondas sensorias
ainda te vejo
persigo o perfume nas roupas
reviro a cama


tudo indo
como a corrente que segue
rio de(i)dade


encontro-te em cada uma delas
o amor é isso
mais que um refestelar da carne
sentir a falta no espírito

Joice Furtado - 15/09/2012

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