segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Ainda existe o sol

Foto: Peter Henry Rudolph

Impaciência
crescente por crer
persiste
um grande abismo
está lá

onde os olhos fogem
onde a lua morre
e o sol nem cogitou nascer
o horizonte no pensar
é dor, é praga, é fuga

circulo de pedra
sacrifício
um ter sem mencionar
a inconstância
a raiva inerente aos maltrapilhos
ácidos que corroem o íntimo
é ódio, é mágoa, é desatino

perambulando sobre a cabeça
dentro dela, fora dela, entre-meias
sapatos sujos de lama
é ausência, é descrença, é desonra

o caráter forjado na malha quente
fria espada atravessa rente
o coração que arde, que pulsa
impulsos coerentes só tenho
an(s)eio
e nesta auréola a roda dentada
da vida exibe cicatriz re(s)sente 

...

Porém o sol queima ainda
viaja anos-luz 
propaga desejo
surgindo entre as nuvens

*

Joice Furtado - 10/09/2012

Quando não houver caminho
Mesmo sem amor, sem direção
A sós ninguém está sozinho
É caminhando
Que se faz o caminho...

Enquanto houver sol - Titãs

0 comentários: