quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Canto dos céus

Imagem: Tanya Jacobsz

Arranha-céus!
doridos
chuva intermitente
gemido

dor instintiva
emblema
no peito fixo

Arranho-céus!
deslizo
por ondulações minhas
tão minhas
dores

sou feito de amores
esmago eus
ainda arisco
domo sentidos
guardo promessas

med(u)sa tenta converter
subverter sentimentos
em pedra, pó de lira
sopro estrelas
nestes olhos de baleia
peixe do abismo

Arraigado espinho
decepo
dissipo olhos de lágrimas
enxugo com lenços 
palavras

flores no caminho
desabrochando
sobre a pele
e todo Canto
arranha
Céus

deles provêm

Joice Furtado - 26/09/2012

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