domingo, 9 de setembro de 2012

Mistérios da mata

Foto: Almond Chu
Essa luz ora pálida ora ofuscante
crescendo por entre ramos
ao olhar para as copas diversas
cabeças enfeitadas com halos
um céu repleto de diamantes 

Essa luz de ritmos intensos
mormente é o encantamento
nas retinas infantis ou poetas
qual é a diferença?
engatinho e me seguras as mãos
raio poesia
atravessa certeiro os sentimentos

Escorre das copas feito água
semelhante fadas em teu aspecto
ali dos altos verdes-claros-escuros-amarelos
derrama o calor por fim-
recomeço

Troncos irmãos, irmãs, mães, amigos
em busca do magnífico sustento
espaço aos olhos da criação
vida que circula, transita, ar-terra-ar
os braços tocam-se, folhosos dedos
cada um com seus segredos, histórias
vêem o sol e o contentamento

Infinitas
banhadas mentes de estrelas 
o vapor noturno sobe do chão
impregna tudo a satisfação

sonhos oníricos são fachos lunares
infiltrando-se na mata plena calma
lar de curupiras, caiporas
damas-da-noite à borboletas
Azuis

vaga-lumes e ninfas, anjos
a festa invisível aos humanos
sensível aos sentires 
aquietados ânimos
ouve-se o uirapuru falando
Belo lugar aqui!

guardiões jogam baralho
sobre as pedras das cascatas
mães-d'água no banho perfumoso
desfeitas escuridões tão exatas
são as fantasias causadoras de emoções

Essa luz nos olhos
seja noite ou dia
brilha, rebrilha
Eterna Poesia é o amor à Vida!

Joice Furtado - 09/09/2012

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