Foto: Andreas Heumann
A intempérie desmanchou meus cabelos
serenando a noite fria
veio o desespero longe dos braços
teus apelos em meus sentidos tortos
a vaga repete-se até advir calmaria
em meus olhos, mirantes olhos
ressaca
momentos em que a onda brava
de assalto acomete a pedra e a gasta
remoo anseios nunca esquecidos
gostos sobre a pele, entre a pele
na circulação sanguínea, nervos
a mente divaga e procura
onde tu estás?
ser que em sentimentos causaste turbilhão
hoje tornado, furação
giro, rodopio, entonteço
mas nunca te esqueço
aqueço-me de ramos juntados pelo caminho
espalho os poros sobre a relva
que grita aos estalidos, repito mais uma vez:
amo-te ao extremo!
nessa mente machucada
reinos levantam-se contra mim
homens e mulheres matariam pelo simples sonido
que eu te digo e me enfurece
tanto
desespero segue-me em pranto
também sou amante
errante entre mil e um admiradores
não mais que atores
por ti naufrago em ilha deserta
enquanto a sede aperta
deliro, delírios desprendem-se
lua branca sobre a tua fronte em minha cama
cheiro-te, umedeces as beiras, contornos, o mundo
tudo ao redor é êxtase
grito perfumado
Vens enquanto absorvo
imaginativa vivo de amores Criados
Joice Furtado - 06/09/2012
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