segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Peregrina


Estou a fim da palavra peregrina
uma conta de lágrimas trina
emoção pura alegria rítmica
expressão enfática lírica
soltar sentimentos do nó
levantar do chão o pó
descondensar as partículas
semicerrados olhos em rimas
prazer que alterna movimentos
quero todos os momentos
a sorte que me toma e anima
alma ave voando acima
estendida nos ares a liberdade

exaltar o sonho em toda idade
descer das nuvens 
e novamente alcançá-las
abrir imaginativas asas
compondo versos ao infinito
preencher a infinitude com dito
recôndito abrir do mistério
amores e impropérios
não se devem esconder

as sensações íntimas
meu olhar a imensidão decifra
entendo pouco da metade
vou seguindo a intensidade
um querer sempre constante
sou meu sol, um ser amante
vivo além e ainda em tempo
piso sobre os contratempos
fortaleço o peito num sopro
elevo-me hoje de novo
minha força é o meu querer

as sensações íntimas
meu olhar a imensidão decifra
parto-me permito-me nascer
renasço a cada despedida
fechando meus olhos à noite
deito-me em travesseiros macios
brincando sopram meus ouvidos
tal qual carneiros saltando cercas
balançam, rodopiam as letras
poemas dos mais bonitos
quando acordo procuro-os
reviro com rigor as ideias

onde estão vocês que me assaltam?
deixam-me o gosto que preciso provar
e contar, falar, cantar, poetar
Amar-lhes poesias


Joice Furtado - 03/09/2012

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