quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Em xeque

Foto: Piotr Kowalik
quando me dá nos nervos
simples dia não suporto
tão indignado
boneco de corda
um fio abre meus olhos

avexado
sinto, apenas sinto
as mandíbulas que aperto
linha tênue conduz o real
unifica imaginário

choro por dentro
melancólico
sórdidos argumentos ouço
derramo ódios
lágrimas de fermento

massa sou
roem meus ossos
e como é ruim constatar
estou em xeque
rindo das misérias próprias
comovendo-me com as de outrem

Grito
o som sai abafado
feito um gozo adiado
parto
incerto
ah(p)arto ideias
ideais não claros
escrevo
dedos titubeantes
soa meu coração esteio

engulo-me mais uma vez

Joice Furtado - 13/09/2012

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