quarta-feira, 25 de abril de 2012

Novos olhos



Sereno serenou
no chão de estrelas
da minha terra mental
Severa helena
insta
helenisticamente distinta
Alienada
de mãos dadas com a não-vida
pouca-vida muito nada
vá às favas!

A loucura e dor premente
já dor não somente é
dura semente
deve brotar
do cerne de quem quiser
Ser 
diferente

Sufocado ando
asfixiando os prantos
as exigências-divergências
enganos

Enforcado homem
de tolices banais
presos em nossos eus
tão individuais 
tão tolos

Esqueci de olhar o céu hoje
e observar dentro de mim
com novos olhos

Digo ao eu
para você e de tudo mais
que a mim vier ao sol apino
já estou ausente das conveniências
trucidando coisas belas
das flores os olores
não me trarão a paz

Abri mão das quimeras passadas
pisei as ervas-eras
Hoje sou a onda brava
porém coerente
ainda que esbravejar o mar faça 
continua a enviar as vagas
doces e azuis ao dia nascente

Por hora, contudo, vagalhão
arrebenta os ódios
na praia
a corrente
nada monótona constituída,
sensata-mente,
por alguma razão.

Joice Furtado - 25/04/2012

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