sexta-feira, 20 de abril de 2012

Lago falsário




Contempla o espelho embaçado 
Vazio na alma em medo reflete 
Concussões de si num drama 
Pessoal e apressadamente
Tira de dentro a inquietude
Lança-a ao chão em cacos
De vida, ainda, no ventre
Respira
Aliviado e aliviando a dor
que o espreme, esmigalha
dilacera
seus ais, da retina a janela
que o entrega 
e não mente, nunca mente
a alma 


Silêncio no engano plácido, lago falsário
enganoso é o coração
afagos e palavras ternas são cardos
punhais enterrados às costas
fumaça asfixiante 
inebria e amortece a vítima
da inocência pior ladrão


Oníricos mendigos 
roubadores
de todas idéias 
Vis homens de ardis tais
Quantas almas mais matarão, lançados ossos à lama,
mascando seus entulhos mesquinhos?


Baseado no poema Narcisismo

Joice Furtado - 20/04/2012

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