Contempla o espelho embaçado
Vazio na alma em medo reflete
Concussões de si num drama
Pessoal e apressadamente
Tira de dentro a inquietude
Lança-a ao chão em cacos
De vida, ainda, no ventre
Respira
Aliviado e aliviando a dor
que o espreme, esmigalha
dilacera
seus ais, da retina a janela
que o entrega
e não mente, nunca mente
a alma
Silêncio no engano plácido, lago falsário
enganoso é o coração
afagos e palavras ternas são cardos
punhais enterrados às costas
fumaça asfixiante
inebria e amortece a vítima
da inocência pior ladrão
Oníricos mendigos
roubadores
de todas idéias
Vis homens de ardis tais
Quantas almas mais matarão, lançados ossos à lama,
mascando seus entulhos mesquinhos?
Baseado no poema Narcisismo
Joice Furtado - 20/04/2012
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