Foto: Dan Mountford
Deixo que escondas teu verso
naquele canto sozinho
um relicário
lembra com suspiros doces
tempo em que eras mais
Lançaste por baixo dos panos
sob o poá de um vestido antigo
puídas e magoadas frases choram
vergonha que tiveste delas jovens
vibrando o frescor de anelos
loucos segredos umidificando trechos
embalados com a música lacrimal
amor verdadeiro
Deixo que a traça engorde a pança
covardia plena é a que te sobraça
ais teus sobre a cama fogosa
agora lamentam desgostosos finais
O tempo que não se intimida
guarida deu ao conservador engano
sentenciando apontou o dedo ao rosto
teu é o grande dano
As linhas agora cheiram mofo
exalam aquela fragrância nefanda
enfestando escuro quarto e cortinas
por toda parte
por toda Arte
que te negaste a entregar
não era tua
era paixão nua
exposta melodia do Universo
guardaste o eco
encalacrando o confiado
mataste mil mundos
por achar-te errado
... sepultaste a alma apaixonada daquela vivaz Poesia
Joice Furtado - 02/10/2012
0 comentários:
Postar um comentário