terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Luz no fim do túnel


Foto: Visualize.us

Embarco nos sonhos
deliro
minha alma dilacerada esbraveja
respiro ainda

Os dias estão nublados
brumas tenho e me embaraço
os nós ficam frouxos
a eles me agarro

embrulho a dor em papel celofane
vejo-a e ela me vê
minto que esqueço

sinto a necessidade profunda
esmagadora constatação
é hora de ser mais egoísta
Penso:
- a plenitude é para os desapegados 
ou alienados com abastança - 

pagarei as contas? 

Sinto uma pedra na nuca
abaixo a cabeça que pesa: 
insatisfação

amargurada, meus ossos nesses instantes
esfarelo
remoo raivas

paliativa
tomo minha dose de auto-estima
- a que me resta -
junto os cacos de mulher e acendo
luz no fim do túnel

até em incertezas há força na poesia.


Joice Furtado - 29/01/2013

Você entrou no trem e eu na estação...
Naquela estação - Adriana Calcanhoto

2 comentários:

poeticaria-ensaiodaspalavras disse...

Partir não significa findar o sonho por mais que se queira ficar... ao futuro novas formas de sonhar...

poeticaria-ensaiodaspalavras disse...

ai, poeta...quanto sofrer...que já tenham ido para bem longe...