A dor que me desatina
é dor-menina
cheia de manha
Espinho de laranjeira adulta
natureza abrupta
arranha pra ameaçar
Leite azedo, pão bolorento
Raios paridos nesse intento
não sabe o que é estar
e viver
consciente de si mesmo
Eu espalhador dos ventos
boca suja dos infernos
alma boa quer chorar
e matar também
mato-a dor, meu desagravo
piso em sua cabeça
como se esmagam os ratos
esmigalho os truques
baixos chorumes renego
depois me banho no mar
na calmaria que me toma depois que o expresso
belo-louco pensamento
Joice Furtado - 22/05/2012
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