Imagino despir-me
em você
todo o despudor sorver
de mil formas
pungentes
pungentes
devorar sua pele vorazmente
extrair desse mar o sal
serpenteando num transe louco
esfregando-me em seu corpo
sugar o gosto animal
mulher-bicho delicado
sou
sol de verão
indecente e quente
Suas coxas, pelos e peito
transitar toda estação
cada parada marcada
minha trêmula
excitante ondulação
Gemidos, suores decorrentes
corredeiras corporais
líquidos profícuos, sexuais
deliciosa
muscular paixão
Arrogante e perversa
amena-submissa
Domada ou ama rígida
Entregue-se ao ser
semente
atrevida
Os sulcos oferecidos
saciados estremecem
derramam-deflagram
cheiros
inebriantes espalham-se no ar
alvoroço dos sentidos
Ao bel prazer
beleza oferecida no cálice
natural despudor da alma
desnuda calma
sente-se
Deixados portos
intrincadas distâncias
do meu corpo ao seu
apenas um instante
e, agora, nenhum há
pe-s-cador
lançado o rio à foz
sobe a maré, explora
inunda a terra vazante
seu amante mar
Joice Furtado - 06/05/2012
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