domingo, 20 de outubro de 2013

Atemporal



Ao amigo Wilson Caritta, poeta Atemporal


Ao teu olhar
Imaginativo poeta
– grata, a palavra estala –

Dedos
No papel de vida
A cor



Azul
– o mar escreve –
Ondas que vem e vão
Rebeldes são tristezas



Enquanto houver sonhos
Desejos Atemporais
Comporás eternamente


– Versos Interiores ­­–

Joice Furtado

Crinçarte




Caçar abelha no pé de assa-peixe
Vagalumes em noite quente
Borboletas do tamanho dos sonhos


Água da mina bebida em folha de taioba
E os peixinhos nadam nas poças
Cheiro de lírio no ar

Escorregador de barranco
Pulo na lama
Tbummm!
o mundo fica mais vivo


Arco-íris bebendo o rio
Cadê o pote de ouro,
Será que chegaria lá?
De canoa ou a nado
Ops! Não sei nadar, nunca soube

Sei correr pra não perder o ônibus
Nas curvas
com minha bicicleta deslizo
Vrummm vrummmm!


Assim que pego ritmo
subindo na goiabeira
ali perto do ninho
Seu Bem-te-vi

Balanço de pneu, flor-de-beijo
Jabuticaba ou ameixa
coquinho de babaçú pra brincar

Preciosas dálias da vizinha
Lendas, fantasmas e a fantasia
inspira a mente desta menina
... eis da poesia o despertar
serei criança para sempre

Joice Furtado

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Vem



Vem a mim teus olhos
teus olhos
são como os meus
âmago
aberto caminho
onde me horizontas
onde e quando
- arriscarei
voo do ninho
asas poéticas
teus olhos nos meus
traçado
ilusões ou não
moinhos
           de vento,
           de chuva,
           de ondas

           esmagam medos
           sopram estimas
           mArejam
           uma dança
           entre véus explícitos
           toques
           dedos, veias feéricas

           vem a mim
           poesia íntima


Joice Furtado

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Cortejos


Fincada ideia
ânsia
soam dísticos


Vontade saliva boca
despontam versos


Ambivalências vocais
gritos
agostinas ruas chamam


Manchado vocábulo
tons de cinza avermelhado
e o desejo...


sob nervos
marchas lacrimais
no vão lírico


entranho
enevoo clareio olhos
matutino ofício


Fruída palavra
espero
incessantemente caço


Tigres ou Leopardos?
no foco apenas verbos
fortes hemorrágicos


Fincada à pele
delicio
dedos na verve


... essa sempre me tentará
    

    assim dispo
    mente em cortejos

Joice Furtado

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Arte decor

  


Saliva e prova d-
o claro desejo
no ato
vê rosto febril d-

aquela confessa quim-
era sim, pode crer!

espécie caleidoscópio
mulher, mulher

solta no uni-Verso d-
a palavra
desprende fala
a quem vier
            com jeito 

sorri, abre seio
talhada obra, arte d-
e cor
botão por botão d-
a blusa expulsa

seda, sinta, suaviza
— que mais poderias ser?
     apaixonada Musa d-
     

     o amor pulsa ...
                          
                   Poesia
Joice Furtado

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Estampas - Poema publicado no site Vidr



Borbotam
olhos d'água
vejo-te em mim, Amor

desde que sejas solta
vais e volta, deixo
enquanto musico
poemas aos ares

leva-me
contigo sou
pluma sobre seio
eriço pele& verbo

sensualMente
Eros diria:
           Não há nada de errado nisso!

salivadas bocas
ao nos verem, sim
suspiram

com notas cálidas
perfuma
eu signo

decifra meus gestos
en-cama
encarna-
me
tinja tecidos

(sentimentos à flor da pele)
estampas, inspiração poética

Joice Furtado

Confiram mais poemas no site Vidráguas.

Peças



minha alma alerta
sangra temores
ando nas horas, inquieta


relógio do tempo
queima ímpeto pestanas
descambo em regras


pauso, pouso dores
mastigo lacerações escritas

— e os tapas deixam marcas

profundas agressões vejo
de fato, respiro de outrem rancores



— e o que tenho feito?

sofro de amores,
grito
sou só pensamento e palavra


duas
uma abraça outra arranha
seduz olhos ou me cospe a cara


sinto-me nua entre espinhos
alisando esperançosas asas d' seda
é tentativa, angústia


veem esta aparência, consomem versos
enlatados ou não, reponho
empilho escritos de resistência


desconexos argumentos na mente
questionam voraz insistência em acreditar
ser gente ou não ser nada além


- contumaz perseguidora de ideias -

devoradas alegrias por detrações
sufocada pureza chora o branco dos papéis
à mesa vão reclames, aspirações, mágoas


prossigo
  rotular-me-ão outra vez




— represento ou derrubo outra peça?

Joice Furtado

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Amar elo


Tu és : girassol
flor da manhã
ao meio dia 

sinto calor no ar
ousados teus 
beijos gemidos

vento brando
vens
sensual agito

flor delírio
vistoso estigma
por ti suspiro

pétalas destrama
abre-te assim
um bem me quer

dá a volta
ao mundo meu 
corpo despido

unidos elos
nós 
iluminamos tudo

Joice Furtado

sábado, 3 de agosto de 2013

Compassos




Na pausa do poema
vejo-te
em segura
insegurança

Mistério
a decifrar atos
silencio
       - fartos gestos

Na pausa do poema
mastigo intentos

sopros
sorriem
      - tristes olhos

são extraordinários esses!

curvas, linhas no papel
em minha direção
ondulam sons 
           - verso

nua escrita
nunca tímida
desnuda-me 

na pressa do poema
pausa
aceleram
meus pés para ti

Por que corrias na chuva?
tão já estarás aqui

entre pausas e pernas
tinjo teus cinzas
e vives de novo
nestes desejos poéticos

Joice Furtado

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ressonâncias



ressonâncias íntimas
ondula o verso
sob a pele, química

dos corpos
dois
inteiros
conjuntos lios

ressonâncias íntimas
mínimas
máximas
emergem lascívias

novas liras
entremeados dedos
nus
&
nós sem freios

 sussurros apaixonados

às vistas
deLirantes 
  excedem
     - declarações de amor

Joice Furtado 

terça-feira, 30 de julho de 2013

Palavrórios, não! Poema publicado em Vidráguas



Recobro viço
dito
palavrório, não


ilusão, bem menos

há sonhos nos olhos
estampas de pétalas
e os matizes…


cor desperta
abre asas no céu
voa
antes lagarta era
e agora


cadê o caminho?
a passos curtos vai e
a pedra na estrada
também parte é
de alguma história
resolvida, um tanto
mas
e agora?


Fica o verso
queimando
nos dedos
seio e boca
alagares de mim mesma


deságua peito
— sensível
emociono evaporo
condenso e, de novo
precipito versos


quiçá farão alegres os anjos
leitores amorosos ou insanos
… que amem esta caçadora de sentidos


Joice Furtado

Leiam mais poemas em Vidráguas

Direção



Não quero o vácuo
triste mundo sem poesia

assoVia um pássaro
construindo ninho na via-
expressa

visto pensamento afável
cheio de pagas mazelas
— alguns dizem brega,  
     outros sensacional

É, mas dor-poeta
não é cega e muda
sanando feridas, ódios, amores
procura nova direção

A dor-poeta queima alma
chora
mundo sem flores (no coração)

Não quero o vácuo
absurdo mundo sem poesia

assovia um pássaro
  abro meus lábios também
 — salva-me o canto!

Joice Furtado 

Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo.
Fernando Pessoa

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Lançadeira


Espero-te
como parto
reparto horas
entre nós
das tramas, amor

fio
momentos teus
junto a este
cio meu
corpo suspenso

... em poesia 

quando a encontro
sorrio traços
beijo palavras
conjugo suores
os olhos chuviscam

como parto - volto - 
dou-me à luz
estas mãos em mim
passeiam versos

prazer, poeta
eis nossa conversa
lançada linha no espaço
mentes emaranham-se
lindas fazemos
paisagens campestres
com sonhos...
dependurados em cordel 
      — salpicos de estrelas
           poesias no céu

Joice Furtado 

terça-feira, 23 de julho de 2013

Choro - Poema publicado em Vidráguas



choro porque minh’alma é rio
nasce
e renasce
dia após dia

e quando desaguo tristezas
na foz dos pensamentos
lançando frios
em meu habitat maior

vejo oceano misturado ao seio
sal íntimo
aqui onde a imensidão pertence-me
meu olhar alonga-se, espraia margens

choro
evaporando alegrias, subo ao céu
com as aves vívidas
bato asas no espaço — respiro

tanto rio, mar, sal e azul
molécula livre
desato corpo da forma
não mais pedra contra onda
sou em arco

-íris ao sol

simples menina que chora
ri
e nada
são as circunstâncias
apenas passageiras
— desembarcam na próxima estação

Joice Furtado 

Poema publicado em primeira mão no Site Vidráguas.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Girassóis



Ainda não os plantei
girassóis
... em cada espaço
    poro
    pelo que me concerne
    a carne em lençóis suaves
    quando lágrima escorre
    de felicidade
    coração reverbera, pula
    sala, cozinha, banheiro
    ode-star
    dentro de mim
    esta poesia faz efeito
    e me pegou sim
    de jeito, meio bossa nova
    rock n' roll
    e um céu azul para completar
   

    o quanto amo
    com palavra e de
    corpAlma
    retiro-me da lama 
    afloro lírio, poético 
    transfigurar-me em ar
    renascer num gesto, traço
    naquela esquina do pensamento
    onde a palavra fugia
    Psiu! Vem cá!
    Me dá um beijo, amasso
    Tomemos uma cerveja!
   
    Ainda não os plantei
    girassóis
    ... como dizia a poeta
    pus-me a emendar, um verso
    juntando meu pano, pra manga
    alonga, alonga
    vá até perder de vista
    poesia
    contigo quero estar

    Ainda não os plantei
    - girassóis - 
    sei lá!
    hoje nasceram dentro de mim
    por vontade da palavra
   
    Joice Furtado 

“… ainda não plantei girassóis dentro de mim / permita que meu corpo siga adubo de si / me escorregue aonde vá / não me pare por aí / me leve, me guie.” 
(Vânia Lopez)

Inspirado em trecho do poema Estonteantemente sina de Vânia Lopez, lido no site Vidráguas

Poesia do Eriçar


boca saliva
arrepio manhoso
é poesia

mãos desnudas
intrépidas fiadas
riçar versejo 

una um beijo 
só para harmonizar
corpo musica

Joice Furtado 

terça-feira, 16 de julho de 2013

A quem me late, amor

 

dor latente 
navega os olhos
parte
dedos e mente

dor que singra
nus oceanos
quanto me lembro de ti
- dias de amor

respirando orvalhos
Eros em lavandas
rosas, delírios

  sou um rio e tu
  comporta
  solta-me aos caminhos 

  volta
  e meia, descubro poemas
  desponto deste interior

  sonha 
  - e sopra luzes ao longe
    irei contigo 
    em versos, todos sentidos

Joice Furtado 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

No tempo em que tudo é poesia



florido, o pé de assa-peixe
vira festa pras crianças
perfume no ar da manhã
quando a natureza levanta

é tanto zun zun zun
abelha no ramo floral
borboleta daqui e dali
mil sons em tom natural

brilham asas e sorrisos
aos gritos, a criançada 
zunzum de abelha assanhada
quantas brancas, miúdas pétalas

ao sol matutino
observo, olhos meninos
passar as horas no tempo
em que tudo é poesia 

vistoso assa-peixe
amigo das grandes árvores
irmão da mata
encanto é tua graça 

Joice Furtado 

Inspirado nos poemas de Joelma Bittencourt.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Nos braços do poema



o poema despe-me
revira meu verso ao seu gosto
quando me entrego
nua estou em palavras
e vejo
os males foram embora
a tempo — sossego

sinto-o
avivo sentimento
nos braços do poema

Joice Furtado 

terça-feira, 25 de junho de 2013

Fissuras

 

Existem frases célebres
àquelas mentes, reservados direitos
de irem além do frio escuro
da vaidade, homúnculo denso


Meu corpo treme
ouço tristes, sonoros guizos
estridente, típico pesar
nos ossos causa fissuras


Dura pedra alisada por desgosto
brilha o falso
inútil embora engane bem
preso à mão do tolo


Na joia vida, excepcional lapidação
gema valorosa, mesmo partida
não se rende ao desamoroso murro


O que mais se espera - A palavras é firme -
suave também
molda e pondera
dói sua falta em caráteres, deveras


Nuvens passam sobre as cabeças
mas quem olha para o céu? Quem?
Abutres ou homens são?
Tendo alturas, miram o chão.


Refestelam-se na morte, sobras
mais sobras
eis do que estão diante


: Decepção
espasmo último de gente - ultraje!


Antes de ir à terra, grito
esperançoso sinal

um raio
fura o azul do azul

olhos do Imortal
              desejo




Joice Furtado

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A dor do mundo

Foto: Web

Se o sangue explode em fúria
fáusticos tições 
acendem a noite abrupta

guerra nas ruas
atrás das mesas, chefões
sorriem. Quanta irreverência!

uma pedra na cabeça
menos uma no telhado 
de vidro é o nosso Estado
cívico

quebradiço argumento
legislativo & fraudulento & abasta(r)do
desumano corrompedor dos fracos

pobres de nós
economizamos almoço para janta
quanto vale 20 centavos ao que ganha
tão pouco? - Muito, sim!

lá na Praça 
Bandeira tremula
e o povo estrangu-
lado
      a lado
com pelotão de choque
cresce a insatisfação

mas eis que surgem, salafrários
em seus casacos brilhantes
nos bolsos são como antes, roubadores
abutres roendo olhos dessa
                                mortificada nação

algo grande está para acontecer 
ouvem-se os alaridos das gentes
ressonante é a dor do mundo.

Joice Furtado

terça-feira, 18 de junho de 2013

Almoço nu


o corpo nu
copo
transparente voil
arte 

natural

almoço, lanche
dia, noite
cedo, não tarde

arde corpo nu
espelha pele
deseja
o ponto do prazer
não só H ou G
tampouco final é.

Joice Furtado

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Não sou anterior à escolha - Poema de Sebastião Alba



Não sou anterior à escolha
ou nexo do ofício
Nada em mim começou por um acorde
Escrevo com saliva
e a fuligem da noite
no meio de mobília
inarredável
atento à efusão
da névoa na sala.


Retirado do blog Eu é um outro 

Semeada



Densa névoa
cerra olhos tímidos
abertos sentidos estão
ao desejo

boca que saliva
ávida busca
mãos, membros
sensação ininterrupta 
prazer à flor da pele

lambo tua presença
selo as horas
colecionando fantasias
deleites corporais

em virtude do amor
esse ser faminto
homem-mulher interior
revestido de muitos

sexos, serenos, agitos

úmidas ausências
calorosas entradas 
inscritas na pele ardem
contraponto

vibra música dos sussurros

raios atravessam céus amotinados
carros em fila buzinam
gritos
entorpecimento, dor, loucura

em pensamento sigo
no rádio a garota corre
... Run baby run!

a palmos meço avenida do corpo... teu

descanso retinas na paisagem
tuas nuas nádegas sob lençol
quente imagem
- meu fetiche -
tom mais íntimo

movimenta-te ousado para dentro
dentro de mim

... Run baby run
vou em pleno gozo
dormir semeada por ti

Joice Furtado

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Marejado poema


Meus olhos lacrimejam
e nem venta 
nessa manhã de junho
lembrando poemas
pego estalos no ar

Porque nascemos poetas
ou em vias de enlouquecer
prendemo-nos aos elos
frágeis-fortes estruturas
abraçamos unânimes palavras

Ainda que nos rotulem
acumulemos dores e insultos
haverá alegrias...

Meus olhos lacrimejam
eMotivo peito 
mãos, dedos, cílios
lábios, pernas, inteiro corpo

... atravessando o túnel
com esperança-coração na boca
em tempo de ver
            encontrar o sonho
            cheirando livro novo
            sinto esperado amor

Joice Furtado

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O preço, peso do bom

Foto: Web

Uma hora você se cansa
de dar a cara a tapa
virar a face
      estender a mão
      ao próximo
      coitado que vê
      será você
      um tolo?

      Medindo palavras
      remoendo ideias
      acumulando beatitudes
 
      do outro lado da moeda
      há um ser individual-
      i(n)sta!

      Pobres dos morais!
      O mundo é podre
      e logo se constata o risco
      Não mais puros. O que é isso?
 
      - a velha obsessão
      das páginas do Livro
      de aconselhamento da vovó
      onde o bom tem o Reino dos Céus
      e o mau é submetido
      - ao fogo, é fato:

                    perderam-se os avisos
                   vácuo peito
                   compromisso algum
                   é o bastante

      ser andante ou rastejAnte, 
     cavalheiro-
     dama
     ... as peças vão mudando
     tão duras como aço da morte
     cortante
     navalha na carne, essa ainda chora
     por sentir
         - resquício humano

      Resta-lhe recorrer aos
     cacos
     da vida que continua
     nua
     no frio da multidão injusta
     reparando as suas feridas
                              magoadas

      dói
     e o preço é aviltante
     peso na nuca 
     insistente amor
     escorrendo pelos cantos dos olhos

     cansados?

Joice Furtado

terça-feira, 21 de maio de 2013

PoeMatiz


Quero todas memórias
impressões, afagos, beijos
à palma dos olhos
a poucos passos dos dedos

apreciar aromas líricos
um cheiro por poema
do amoroso ao cínico penar

quantos livros!
universos nas prateleiras
enquanto espano o vário-eu
mobilhando a casa

amando, salivando, acariciando
provocações literárias
nos olhos nus extratos
das folhas, molduras corporais

etéreas
estradas dos homens sãos
tão loucos
abrindo o peito em mágoas
deleites desgostos

esfrego olhos
o ter não é suficiente
vivo o gosto
... provo delícias
              - vontades - 

esparramo meu insano
quase infinito
- desejo 

por costas 
falésias
maraltos 
vejo corais 
sentada à mesa submarina

se ritmado é pouco
ser balanço das ondas vou
entre rendas, liras, espumas
relvas de Whitman, Augusto
dos anjos 
        peço harpa
        fantasio-me

abraço ideias
Amo
grito
salto 
  - de um extremo ao outro - 

PoeMatizo meu rosto
          com pós Versais

Joice Furtado

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Arrebato - Poema publicado em Vidráguas



Arrebata-me os meios
termos entregues ao delírio
suave é o teu
íntimo prazer

notas derramadas num corpo
copo de amores tantos
e palavras… infinitudes
sussurras em meu ouvido


não olvides
eu a amo
entre quatro paredes
quarteto de mãos abraçadas
brasas líquidas
queimando queimando
devoras meu estado suspenso
leva-me ao mais dilatado
coração em saltos


eu a amo
embora seja triste dizer:
- a vida é cheia de injustiças! –
carrego tatuadas algumas delas
na pele demarcações
terrenos minados
curam-se com toques bálsamos
suaves linhas odoríficas


exalto mais um vez
impressões lacrimais
hemorrágicas humilhações
dolorosas queimaduras
– são tantos egos! –


pisam sobre minha cabeça
chocalham seus guizos
quando arranco essas peles
reveste-me desejo


encaixada nos aromas
beijos ao final de mais uma tarde
leva meus instantes contigo
tessituras, nós
entre versos e vontades
fluímos juntas, poesia


Joice Furtado 

Poesia Viva! Agradecimento aos amigos Vidráguas, maravilhosos poetas com quem aprendo muito, fontes de inspiração. Em especial à pessoa de Carmen Silvia Presotto, coordenadora do Site-Editora e uma grande amiga. 

Acessem o site Vidráguas e confiram outros poemas em primeira mão! 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Web-Livro Corpoemas Ed. I - Versos Vibrantes



Série Corpoemas - Falam dedos, roçam palavras, chamas de prazer. 


Web-Livro com Poemas Vibrantes - 2013




Joice Furtado

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Paisagens ExtraInteriores



Paisagens de mim
meadas sensações
em recomeço
desdobramento

Planejo inventos
somo
traços sentidos
frações do mesmo

Recuo e avanço
planto pés na terra
cresço
danço com a brisa

Movimentos intensos
pensares e argumentos
variado
efeito cognitivo

Lambo o selo
carta íntima tenho
jogo pernas para cima
matéria evolutiva

Paisagens minhas
meadas trançadas
destapo sol da peneira
bordo luzes 

nos pelos, boca, olhos
sexo
desejo linha expressiva
azuis, amarelas, oliva

verde esperança
caminho no grAmado peito
sinto
as vontades mais belas

aprendo o apreensível
desprezível nunca
fusível, fundível
prazer auricular

só quem os abre saberá
ouvir preciosidade
mais além
     guardá-las dentro de si


Joice Furtado

Entregue poema



Eu lhe dou um poema
com frases dismétricas
e mil flores raras
          sim, um poema
          que ame a cor dos olhos
          voz e contornos
          elegantes traços seus

em cada minuto
por instantes infindos
dou-lhe o verso
também a folha de capa
e todo o conteúdo
          vivo, no poema
          ali estamos
          marcas, tons, nudezes
          sorrimos de mãos dadas 

Eu lhe dou um poema
respiro de cada manhã
no café e quando ando
pensativa rua dos sentimentos
          aqui, um poema
          rouco como sua voz
          sexy sentido
          quanto me provoca!

Eu lhe dou um poema
todos
          de uma só vez
          aos goles de um chope
          na tarde, perto das três
          com rima ou sem

Você é amada 
          poesia de cada dia
          ardente em minha retina
          decantando contos e lágrimas
          emoção bem vinda 

não quero que se vá!
porque me dói a sua perda
sem rumo ou letra
          sem poema
          na avenida arborizada
          flores, ramos, placas
          com pés nas nuvens, calçada 

assim eu fico emendando ondas
          tecendo colchas de palavras
          rendas para você
          enfeites mais que lindos

desaprendo terminar o texto
          há tanto a dizer!
          aí vai o resultado

          Amor

           Eu lhe dou o poema
         nele me vejo, tão seu
     
Joice Furtado    

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Elogiar por Tânia Du Bois




Fui surpreendida nesta manhã com este artigo maravilhoso de Tânia Du Bois sobre a questão de elogiar e ser elogiado e como tal ato pode fazer revoluções tanto em quem recebe quando em quem o pratica.  E como é difícil para algumas pessoas reconhecer qualidades nas outras! Em um mundo que se torna cada vez mais imediatista, egoísta e perverso, um raio de luz no sentimento alheio é o bastante para salvar vidas. 

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Leia o artigo em Letras Et cetera

sábado, 20 de abril de 2013

Puída




Quantos tereres bastarão para um Ser?

Se nascemos todos nus,
a roupa é o que menos importa


Seja limpa alma
Seja apenas
alguém decente

: de termos, de palavra, com mente

bastante caráter
não o suficiente para cuspir asneiras


até um cão sabe
reconhecer a dubiedade
rosna e late
rosna e late
frente ao de língua injusta


celebra ao amigo
calor nos dias frios
e quando menos se espera


quem cultua o vazio
Ego!
tropeçando nos pés estará


É tempo de arejar a ideia puída

Joice Furtado

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Bom dia!



Um belo dia você acorda
Acorda porque é preciso acordar
Abre os olhos e percebe
Deixou de amar 

Um belo dia você acorda
Vira de um lado para o outro da cama
Ali um corpo já não está
Então você se sente bem

Um belo dia você acorda
A corda que a enforcava foi rompida
Quando tudo conversado era crítica
Você suspira e pronto

Um belo dia você acorda
Faz um trato consigo mesma - feliz - 
Tudo que aquele era enoja
Você agora sabe o que diz

Sem um filho da puta que lhe coloca para baixo

Um belo dia, sim, você acorda
Pois dormia um sonho agitado
preenchido de constante pesadelo

Um belo dia, Aff!
Esse é seu verdadeiro conto de fadas (a realidade) 

Agora você pode ser quem quiser 

Pensa:
         a sa-Fada sempre sai ganhando

Joice Furtado 

A-fiada Espada



Sou um peixe e só
I-spada
Luto através dos mares
Enegrecida e fria água
Não vejo hoje a luz do sol
Cobriu-se o brilho que tanto amava
Introspectivo sigo
Ouvindo lamentos do silêncio



Dizem que crescer é isso
                            : Saber respeitar as diferenças!



Linguado, Tigre, Marlim, Sardinha

Asfixio meu sentimento com mágoa

Sou um peixe e só
sem nada
       mais a dizer


Na bainha trago a-fiada
                         Espada



Joice Furtado 

Leitura de uma imagem.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O sorriso - William Blake



há um sorriso que é de amor
e há um sorriso de maldade,
e há um sorriso de sorrisos
onde os dois sorrisos têm parte.
e há uma careta que é de ódio,
e há uma careta de desdém
e há um careta de caretas
que te esforças pra esquecê-la bem,
pois ela fere o coração no cerne
e finca fundo na espinha dorsal
não um sorriso que seja inédito
mas único sorriso solitário.
e entre o berço e o túmulo
somente uma vez se sorri assim;
e uma vez havendo sorrido
todas as misérias têm seu fim.

Tradução: Léo Gonçalves

Um sopro de Esperança



Todas as manhãs entoa cânticos
sopra brisa fresca neste rosto
deveras seu todo o mundo é
pássaros, flores, até rastejantes

a pedra na qual tropeço, aquela mesma

Você vem com palavras de amor e dádivas
corações duros não percebem quando busca
levanta da lama os mais hipócritas 
incoerentes e tolos, ditos com muita astúcia

a modernidade corroeu muitos desses miolos 
voltados ao sombrio lado, os decadentes
levantam vozes de liberdade, digo mentem
falsos sacerdotes, humanistas, toda gente

mesmo eu que proferi Seu Nome diversas vezes
um boneco manipulado sou desse sistema
"humano"
esse é bem grotesco quando quer ser

cargos de prestígio, dinheiro, poder
o avesso aponta o dedo ao que quer
oculto nas figuras, impulsiona a jogatina
cordeirinhos da mídia e seus enigmas 

então ouço quando chamas por dentro
canções humildes de um amor sobre-humano
surpreendo-me ao ver que vem atravessando
veias, poros, peito até nos lábios o canto

o som sai abafado, quase um lamento
nesses dias quando o mundo agita-se em desengano
ouço tua voz em meu coração queimando
faísca da pureza que me empresta

o céu está caindo, os que aqui estão batem palmas
- cegos, surdos e loucos - 
fazem-se mais sujos, mais mortos para o brilho

a minha espada abaixei, isso é fato
voltado ao próprio umbigo caminho em pedaços
tiras de celofane, criatura frágil 

grito! grito! grito!

levei uns bons tapas na cara por ser atrevido

mas você ainda me vem toda manhã
                 nos lábios meus, cânticos de amor ao Filho

Joice Furtado 

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Sempre-Viva!



Dou-lhe as mãos, também braços
doces rimas de Cecília
desfio sentimento em linha
impressões em todos atos

sopro nuvens, vapor amoroso
sobem aos céus vivos relatos
quente corpo, cio e gozo
ponho em alto seus retratos

No instante breve, bela toques
cordas sensoriais nestes sonhos
na ânsia de olhar, chora Eurípedes
tristezas, dias tornam enfadonhos

Sussurre para essa que lhe ouvida
pô-la-ei sobre lençóis floridos 
nos arfantes seios, chamejam gemidos
orna-me amor, colar de sempre-viva

Joice Furtado 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Poesia! por Wilson Caritta



poesia!



Poesia também é liberdade de expressão

e não mordaça de entendimentos condicionados. 

A vaidade sem ponto final 

não deve servir aos autores 

de qualquer gênero,

(visto que não existe literatura

com ausência poética). 

Humildade é essencial para quem quer escrever e ser lido.

Não falo da humildade barata,

disfarçada pelo silêncio do "ego"
que se julga superior, 

mas, daquela humanizada pelo olhar, 

disposto a enxergar a alma expandida de quem escreve 

com respeito concreto à palavra.


Poema de Wilson Caritta

Mais poemas em seu blog Atemporal

terça-feira, 2 de abril de 2013

Escreve-me - Poema de Florbela Espanca


Escreve-me ...

Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d'açucenas!


Escreve-me!Há tanto,há tanto tempo
Que te não vejo, amor!Meu coração
Morreu já,e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d'oração!


"Amo-te!" Cinco letras pequeninas,
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d'amor e felicidade!


Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então...brandas...serenas...
Cinco pétalas roxas de saudade...

Florbela Espanca

Quem sustenta quem?




Viro a cara na rua
hipócrita desprezo 
esmola e mendigo

sinto aquele remorso
ligeiro golpe na consciência
atravesso a praça central

mãos mais mãos estendidas
batedores de carteira e bolsas
recolho-me insignificante indivíduo

Viro a cara na rua
ingrata sigo
com lapsos de misericórdia

é só um menino cheirando cola
são as vítimas do crack na TV
os traficantes malditos

é fácil só culpar aos políticos!
detentores do poder malignos
bestas-feras da corrupção 

sanguinários nós próprios
esfregados na merda todos os dias
caras pintadas, caras de bosta

suja!

caridade dos homens "bons"

suja!

desigualdade social

suja! 

incapacidade de enxergar o óbvio

...

Nós somos o sistema ingrato
injusto
sustentando uns poucos com muito
fiel voto

... que o Brasil mudará

só tolos acreditam na mesma história
apresentemo-nos hoje em diante

: Leais Tolos! 

Joice Furtado 

quarta-feira, 27 de março de 2013

Poema constante



Espanta tristeza 
com frase sintética

Tática
       do poeta 

retirar do caos
algum alívio 

compor versos com beija-flores
infantis sorrisos 
casais na praça

amando a perder de vista
sincero e fiel coração embebido em sonhos
chora amargor das horas e partidas
lembranças

abraços nunca dados
e os quentes demais para esquecer
são fonte de vida
termo-constância

hoje sente a brisa no rosto
amanhã o vapor do fétido esgoto

a céu aberto contempla nuvens
pássaros em bandos 
as bandas da bunda que passa

mede silhuetas na orla, calçadão ou no bar
de uma esquina pobre fedendo cachaça
torresmo e ovos cozidos

se lhe fazem bonito gesto - canta - 
olhar ou exclamação
suspensa no ar, a saudade
falta parecendo metrô em construção
- só cresce - 

fala atravessada magoa
guardar-se no silêncio
cio
de si mesmo

sacode o mundo interior
jogando palavras para fora
suas retinas vêem a alma

forte é o ser que muta
sensibiliza
porém, não se esconde 
            estica os braços sobre o papel
                  e, sim, no imaginário, bate asas

Joice Furtado

terça-feira, 26 de março de 2013

Transcendendo



Caminhava pela rua quando avistei uma borboleta, fato um tanto banal e que passaria despercebido ao entendimento de quem não reflete em algo mais além do que pode ser visto. A borboleta seguia a alguma distância de mim, uma grande borboleta, parecia azul, constatação que não posso afirmar devido ao meu problema de visão. Em meio aos carros, subindo e descendo, planando e batendo asas delicadamente. Tive uma sensação boa e, ao mesmo tempo, de estranheza com relação aquele ser esvoaçando a minha vista. De tão intrigada, fui pesquisar o significado místico desse inseto, não que me ligue tanto nessas histórias, porém com o andar da carruagem nos últimos tempos, um sopro diferente no ouvido é um caso a se pensar. Na pesquisa feita, (não se deve acreditar em toda informação distribuída na internet, falando como técnica), a borboleta significa alma (psichê) ou espírito imortal, ideia de transição. Senti-me irrequieta e interroguei-me: Será que espíritos aparecem em forma de seres alados tais como borboletas? Se for o caso, ao meio-dia quando vários deles passeiam pela região entre o visível e o invisível, aquela borboleta poderia ser um sinal ou, como não sou tão consciente do plano astral, seja lá como dizem, nem pirada, digo que não duvido de nada e que até assovio no escuro é motivo para correria.

Joice Furtado 

sexta-feira, 15 de março de 2013

Chama o Síndico


Quando o inverno chegar
lábios com lábios
desejo teu mel

na primavera... te amo!
quando a vida fica azul
verão na cor do mar-
Amor vejo

Do leme ao pontal
lEva sou
Como uma onda

...navegar eu quero

Do nada ao tudo
quero por inteiro

Me dê Motivo
volta a cada estação
Música no ar

Você e eu, Eu e você

A Blues in my soul
Tim
Maia!

chamo o Síndico
conheço-o desde a infância

Joice Furtado

Inspirado em postagem lida no blog do poeta André Anlub

domingo, 10 de março de 2013

Enlace



Enlaça minha boca
em meios ou toda
destila ardores
exímio


enlaça, enruga
os lençóis comigo
no chão tapete
sejamos signo

amor amante
fulgor nas veias
vamos do começo
ao cerne da teia


renasçamos por gestos
mesmo opostos
dentro ou fora
um no outro


ao alto minhas pernas
elEva às alturas, pulcro
também aos baixos
dos vãos lúdicos


tão minha e tua
fantasias reais
passíveis dos possíveis
sentimentos mais


enlaça
massa e fermento
crescemos a cada toque
enfoque
és certo contentamento

ser-minha
e ao mesmo tempo
ser do universo
este teu corpo intenso


estrelas em meus olhos
e-canto


Joice Furtado - 10/03/2013

sábado, 9 de março de 2013

Web-Livro Anáguas Vidráguas - Amor Emergente I




Publish at Calameo or read more publications.




Que lindo! O projeto dos Ventrelinhas segue a todo vapor. Eis a primeira edição em formato digital. 


Confiram no site Vidráguas os outros WebLivros.


Agradecimento aos amigos Vidráguas que participaram e, desde já, aos que participarão. 
Nossa, eu fico muito feliz com esse projeto. Sinto-me grata por isso. Agradeço, especialmente, à  mestra Carmen Silvia Presotto pelo incentivo e carinho. 

Joice Furtado

domingo, 3 de março de 2013

Ninando


Imagem: Tran Niguyen

biquinho de passarinho
arrulha no galho
baixinho

choro manso 
um dengo só
denguinho

rosa o rosto
mundo nas mãos
pisca olhinho

segura dedinho
abraça o seio
anjo anjinho

diminuto texto
crescendo corpinho
rei, meu reizinho

canta no colo
sorri 
quando choro sozinho

levanta voo 
canção de ninar entoo
meu bem, meu benzinho

ainda em sonho
amo-te 

Joice Furtado - 03/03/2013

sexta-feira, 1 de março de 2013

Extensão


Foto: Matt Wisniewiski

A palavra é minha extensão
triste estendo meu braço-
fio
im-pulso plugo
mudo de canal 
espaço-tempo

cada um com seu imaginário, amigo

Joice Furtado - 01/03/2013

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Vestida de mar



Foto: Emilie Leger

Vestida de mar
às orlas do 
pensamento

ondulo vEntre
ressacas no ouvido
direito

sinto 
a maré levanta-se
ergue a beira do rio

praia do amor
vestida de amar estou
por dentro, mais dentro
balança o brinco dado-me por ti

beba meus poros
sal, água, carinho
a volúpia vai junto

êxtases matutinos
vespertinos
quando beijo o Sol

do líquido traquejas
arquejo o corpo em ondas
ser(e)nada mais importa

misturo meu desejo ao teu
terno oceano

Série MarAmor-Mar(A)vida - 2013 

Joice Furtado - 21/02/2013

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Risco



Um risco no céu
desmaio
luzes incandescentes


atordoa gente
range, ronca, rugem
especulações cadentes


o céu em chama
o céu
milhares de olhos

soam em ais
corações dormentes
choram

poeiras sobre a Terra

uma pancada e tanto
quebrados dentes
desafinou o canto



surpreendido teto do mundo

Joice Furtado - 15/02/2013

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Quanto querer



Ai quanto querer cabe em meu coração?

Samurai - Djavan