sopra brisa fresca neste rosto
deveras seu todo o mundo é
pássaros, flores, até rastejantes
a pedra na qual tropeço, aquela mesma
Você vem com palavras de amor e dádivas
corações duros não percebem quando busca
levanta da lama os mais hipócritas
incoerentes e tolos, ditos com muita astúcia
a modernidade corroeu muitos desses miolos
voltados ao sombrio lado, os decadentes
levantam vozes de liberdade, digo mentem
falsos sacerdotes, humanistas, toda gente
mesmo eu que proferi Seu Nome diversas vezes
um boneco manipulado sou desse sistema
"humano"
esse é bem grotesco quando quer ser
cargos de prestígio, dinheiro, poder
o avesso aponta o dedo ao que quer
oculto nas figuras, impulsiona a jogatina
cordeirinhos da mídia e seus enigmas
então ouço quando chamas por dentro
canções humildes de um amor sobre-humano
surpreendo-me ao ver que vem atravessando
veias, poros, peito até nos lábios o canto
o som sai abafado, quase um lamento
nesses dias quando o mundo agita-se em desengano
ouço tua voz em meu coração queimando
faísca da pureza que me empresta
o céu está caindo, os que aqui estão batem palmas
- cegos, surdos e loucos -
fazem-se mais sujos, mais mortos para o brilho
a minha espada abaixei, isso é fato
voltado ao próprio umbigo caminho em pedaços
tiras de celofane, criatura frágil
grito! grito! grito!
levei uns bons tapas na cara por ser atrevido
mas você ainda me vem toda manhã
nos lábios meus, cânticos de amor ao Filho
Joice Furtado
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