quarta-feira, 8 de maio de 2013

Arrebato - Poema publicado em Vidráguas



Arrebata-me os meios
termos entregues ao delírio
suave é o teu
íntimo prazer

notas derramadas num corpo
copo de amores tantos
e palavras… infinitudes
sussurras em meu ouvido


não olvides
eu a amo
entre quatro paredes
quarteto de mãos abraçadas
brasas líquidas
queimando queimando
devoras meu estado suspenso
leva-me ao mais dilatado
coração em saltos


eu a amo
embora seja triste dizer:
- a vida é cheia de injustiças! –
carrego tatuadas algumas delas
na pele demarcações
terrenos minados
curam-se com toques bálsamos
suaves linhas odoríficas


exalto mais um vez
impressões lacrimais
hemorrágicas humilhações
dolorosas queimaduras
– são tantos egos! –


pisam sobre minha cabeça
chocalham seus guizos
quando arranco essas peles
reveste-me desejo


encaixada nos aromas
beijos ao final de mais uma tarde
leva meus instantes contigo
tessituras, nós
entre versos e vontades
fluímos juntas, poesia


Joice Furtado 

Poesia Viva! Agradecimento aos amigos Vidráguas, maravilhosos poetas com quem aprendo muito, fontes de inspiração. Em especial à pessoa de Carmen Silvia Presotto, coordenadora do Site-Editora e uma grande amiga. 

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