Na pausa do poema
vejo-te
em segura
insegurança
Mistério
a decifrar atos
silencio
- fartos gestos
Na pausa do poema
mastigo intentos
sopros
sorriem
- tristes olhos
são extraordinários esses!
curvas, linhas no papel
em minha direção
ondulam sons
- verso
nua escrita
nunca tímida
desnuda-me
na pressa do poema
pausa
aceleram
meus pés para ti
Por que corrias na chuva?
tão já estarás aqui
entre pausas e pernas
tinjo teus cinzas
e vives de novo
nestes desejos poéticos
Joice Furtado
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