segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Redoma

Hoje eu saio da redoma
Dessa vida tão regrada
Direi aquilo que sinto
Escute-me, não ficarei calada

Hoje eu saio da redoma
Chutarei o pau da barraca
Você não manda no que eu penso
Não me diga que sou fraca

Se eu pinto o cabelo
Ou uso roupa apertada
Que lhe importa os meus defeitos?
Se estou certa ou errada?

Não me olhe como tolo
Já cansei de ser lesada
Lesada em meus sonhos
Que você diz serem ilusões
Lesada em meus sentimentos
Por tamanhas decepções

Hoje eu saio da redoma
Na qual eu estava
Talvez para me proteger do mundo
ou somente das suas palavras
Fique quieta! Você não sabe o que diz!
Já cansei, agora basta!
Se é auto-suficiente
que tal viver sozinho
sua vida deslumbrada?

Não me diga o que sou
Pois de mim nada conhece
Somente a ponta do seu próprio nariz
É onde enxergar consegue

Você não sabe o que é amar
Pois só ama a si mesmo
E o que mais dói é perceber
Que, pouco a pouco, estão lhe corroendo
As agruras do seu ser

Hoje eu sai da redoma
Não preciso mais dela
para distante me manter
da poeira que há em você.

1 comentários:

Unknown disse...

Sua poesia é meio que perfomartica, cotidiana, muito interessante, Apesar de eu gostar dos classicos, onde a rima é inerente. Vc tem uma escrita forte porem delicada! Muito bom.. continue. vc escreve muito bem.