terça-feira, 20 de agosto de 2013

Cortejos


Fincada ideia
ânsia
soam dísticos


Vontade saliva boca
despontam versos


Ambivalências vocais
gritos
agostinas ruas chamam


Manchado vocábulo
tons de cinza avermelhado
e o desejo...


sob nervos
marchas lacrimais
no vão lírico


entranho
enevoo clareio olhos
matutino ofício


Fruída palavra
espero
incessantemente caço


Tigres ou Leopardos?
no foco apenas verbos
fortes hemorrágicos


Fincada à pele
delicio
dedos na verve


... essa sempre me tentará
    

    assim dispo
    mente em cortejos

Joice Furtado

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Arte decor

  


Saliva e prova d-
o claro desejo
no ato
vê rosto febril d-

aquela confessa quim-
era sim, pode crer!

espécie caleidoscópio
mulher, mulher

solta no uni-Verso d-
a palavra
desprende fala
a quem vier
            com jeito 

sorri, abre seio
talhada obra, arte d-
e cor
botão por botão d-
a blusa expulsa

seda, sinta, suaviza
— que mais poderias ser?
     apaixonada Musa d-
     

     o amor pulsa ...
                          
                   Poesia
Joice Furtado

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Estampas - Poema publicado no site Vidr



Borbotam
olhos d'água
vejo-te em mim, Amor

desde que sejas solta
vais e volta, deixo
enquanto musico
poemas aos ares

leva-me
contigo sou
pluma sobre seio
eriço pele& verbo

sensualMente
Eros diria:
           Não há nada de errado nisso!

salivadas bocas
ao nos verem, sim
suspiram

com notas cálidas
perfuma
eu signo

decifra meus gestos
en-cama
encarna-
me
tinja tecidos

(sentimentos à flor da pele)
estampas, inspiração poética

Joice Furtado

Confiram mais poemas no site Vidráguas.

Peças



minha alma alerta
sangra temores
ando nas horas, inquieta


relógio do tempo
queima ímpeto pestanas
descambo em regras


pauso, pouso dores
mastigo lacerações escritas

— e os tapas deixam marcas

profundas agressões vejo
de fato, respiro de outrem rancores



— e o que tenho feito?

sofro de amores,
grito
sou só pensamento e palavra


duas
uma abraça outra arranha
seduz olhos ou me cospe a cara


sinto-me nua entre espinhos
alisando esperançosas asas d' seda
é tentativa, angústia


veem esta aparência, consomem versos
enlatados ou não, reponho
empilho escritos de resistência


desconexos argumentos na mente
questionam voraz insistência em acreditar
ser gente ou não ser nada além


- contumaz perseguidora de ideias -

devoradas alegrias por detrações
sufocada pureza chora o branco dos papéis
à mesa vão reclames, aspirações, mágoas


prossigo
  rotular-me-ão outra vez




— represento ou derrubo outra peça?

Joice Furtado

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Amar elo


Tu és : girassol
flor da manhã
ao meio dia 

sinto calor no ar
ousados teus 
beijos gemidos

vento brando
vens
sensual agito

flor delírio
vistoso estigma
por ti suspiro

pétalas destrama
abre-te assim
um bem me quer

dá a volta
ao mundo meu 
corpo despido

unidos elos
nós 
iluminamos tudo

Joice Furtado

sábado, 3 de agosto de 2013

Compassos




Na pausa do poema
vejo-te
em segura
insegurança

Mistério
a decifrar atos
silencio
       - fartos gestos

Na pausa do poema
mastigo intentos

sopros
sorriem
      - tristes olhos

são extraordinários esses!

curvas, linhas no papel
em minha direção
ondulam sons 
           - verso

nua escrita
nunca tímida
desnuda-me 

na pressa do poema
pausa
aceleram
meus pés para ti

Por que corrias na chuva?
tão já estarás aqui

entre pausas e pernas
tinjo teus cinzas
e vives de novo
nestes desejos poéticos

Joice Furtado