skip to main |
skip to sidebar
O que preciso
reúno
cacos
traços
trilhas e os pés
Caminho
sentimento convulso
pulsando artérias
sumo
reapareço
desejo espalhado no ser
Me envolve
Reata
corpos e mãos
Alinho
olhos e fantasias
pele com pele
e a minha
arde
histórias íntimas.
Joice Furtado
Aquele dia demorou anoitecer
Como acontece algumas vezes
Parecendo reter-se a noite
ou fazer birra, o sol.
Aquele dia era névoa
passeando nos morros negros
azuis escuros nos cumes
estranho entardecer
Aquele
dia queimando as retinas
fibras cardíacas aceleradas
pés e pontos de vista
dores à flor da pele
Chorando o corte nos dedos
espinhos causticantes são medos
ferro
brasa
degredo
Aquele dia
de tão fustigado, ao extremo
morreram sonhos e renasceram
estrelas nos olhos ferrugem
batida terra dos pés
Subiram ao céu em nuvens
clamores, risos e dança
choros, raivas, sanhas
e nunca mais houve, um tal
Aquele dia.
Joice Furtado
Sorriso de canto
de
olho e tanto
Amor
Canção da aurora
borboletas na cabeça
estômago
Jardim em flor
Nos cabelos, pelos
curvas e quimeras
Chama-lhe bela
Chama...
Claro, encanto
era pouco e se acabou
um só
sopro na brasa
não basta
pra fazer calor
Joice Furtado
E se
Poesia é rastro
Pólen amante
Nascente de rio
Ovário fecundo
Submergir
No mundo
Onde pessoas florescem
Aqui e ali
Entranhar nas entranhas
Sorrir à relva
Desfazendo mágoas
Regar um se...
Poético
E assim ter força para continuar
Sabendo que no meio ou fim
livre na frase, o absurdo...
Verso
a dor amenizará.
Joice Furtado
Eros me vem pela tarde
Adentra a noite
Meus poros
Nus
Sedentos pelos eriçam
Colado meu desejo ao seu
Poema
Já inquieto me vem Eros
Enquanto sonho carícias
Pega a primeira brisa
Embriaga-me
e se vai.
Joice Furtado
Que doido isso
Inventar poesia
Ser artista
Comer palavras
Ter olhos nus
Vesti-las
Que doído isso
inVentar poesia
Artista Ser
Há um quê
de desejo no Ar
molhando a boca
lambuzada de fantasias
Mesmo
críticas escritas
sintéticas frases
pontuam confissões íntimas.
Joice Furtado
Ai que me dói o peito
alma, juntas
olhos, nervos
Ser forte
quando desejo
Ser...
apenas
Imaginária liberdade
com suas cores
tons
ultravioleta
Componho sonhos na janela
afasto enganos
indiscreta
sinto
poemas & quimeras
Inspiro - Coração -
resPira para viver!
Joice Furtado
Um pássaro voou em minha direçãoSenti -
A leveza nos olhosEstendi minhas asas de sonho
Poética
Voei também.
Joice Furtado
Pequenos, longos voos
Olhos se perdem entre arroubosFelicidade em fagulhas
Insistente crepita
Soprado o vento, ânimoAnima alma a favor, impulso
Estende asas e te ergas...
Esplêndida ave
Atravessa a bruma.
Joice Furtado
Porque amanhece
Céu
Rosto da auroraE a alma que antes ardia
Respira orvalhos
Ouve pássaros
Sonha... cAlma
Joice Furtado
Recuso-me ser nó
Linha que te amarra -
Nunca cega
Quero-te solta
Poesia
Desatando sorrisos
Quando?
Sempre!
Embolo todas casas
Viras meu avesso
Se sentido nenhum há
... costuro esse
(Amor) à
Palavra!
Joice Furtado
ele Mata
I-Mundo
eu sinto...A perda
Tristeza
E agora? Digo:ABondade
EsperançaMisericórdia! Grito:Onde estarão?Feridas feéricas
Apenas,
ZunidoMeu Deus!
Exclamam
RepitoCruel Humano
Trágico mal: Ele mata
I-MundoSinto!
Joice Furtado
Além da cidade
meus pés caminham
cansaço
às vistas de amadurecer
sinto
espécie de raso
água sob retinas
afloro para dentro
aqui onde te aninhas
porque embalo sonhos
mais verdes que a relva
embaixo desses pés
cansados
abraço o vento
corpo molhado de chuva fria
nós nos amando na brisa
que passa
atiçando desejos
fica e mira
o levantar dos pássaros
a nossa janela de inspirações
subirão ipoméias
vozes sussurradas
e o meu cansaço agora
soergue vida
mais vida
em mim e em ti
Joice Furtado
No leito do rio me alento
confundindo pedras, cascalhos
seixos de mim mesma e nós
águas sob os pés
Quando a nota âmbar sinto
cheiro que se levanta sereno
ao nascer das horas
corro ao corpo, mar
Vagueio ondas, espaços
dentro dele ondulando
saboreio
infinitudes e o desejo
Queimam nas veias corredeiras
olhar de imensidão, pouco triste
atiça
um novo recomeçar
Porque amar é vasto, engrandeço
calço sapatos-pérola
dançarei
ao ritmo das marés
Joice Furtado