Como acontece algumas vezes
Parecendo reter-se a noite
ou fazer birra, o sol.
Aquele dia era névoa
passeando nos morros negros
azuis escuros nos cumes
estranho entardecer
Aquele
dia queimando as retinas
fibras cardíacas aceleradas
pés e pontos de vista
dores à flor da pele
Chorando o corte nos dedos
espinhos causticantes são medos
ferro
brasa
degredo
Aquele dia
de tão fustigado, ao extremo
morreram sonhos e renasceram
estrelas nos olhos ferrugem
batida terra dos pés
Subiram ao céu em nuvens
clamores, risos e dança
choros, raivas, sanhas
e nunca mais houve, um tal
Aquele dia.
Joice Furtado
0 comentários:
Postar um comentário