Embarco nos sonhos
deliro
minha alma dilacerada esbraveja
respiro ainda
Os dias estão nublados
brumas tenho e me embaraço
os nós ficam frouxos
a eles me agarro
embrulho a dor em papel celofane
vejo-a e ela me vê
minto que esqueço
sinto a necessidade profunda
esmagadora constatação
é hora de ser mais egoísta
Penso:
- a plenitude é para os desapegados
ou alienados com abastança -
pagarei as contas?
Sinto uma pedra na nuca
abaixo a cabeça que pesa:
insatisfação
amargurada, meus ossos nesses instantes
esfarelo
remoo raivas
paliativa
tomo minha dose de auto-estima
- a que me resta -
junto os cacos de mulher e acendo
luz no fim do túnel
até em incertezas há força na poesia.
Joice Furtado - 29/01/2013
Você entrou no trem e eu na estação...
Naquela estação - Adriana Calcanhoto