Por quem me tomas
quando te digo
irmão meu
deste o peito à usura
entulhas a alma assim
lamentando o cantio
seco, tão seco
enredo de pés
maliciosos
Por quem me tomas
sendo o gentil
entre os sonhadores
todos maus-agrores
corrompe teu estômago
o fel
amargores mil
são o suicídio
do puro e bom
sentimento
a ti mesmo o lamento
Porque de mim o tomas
assim digo
sopro teus sinais
desmancho no vento
feito poeira de estrada
bato meus sapatos
esses que não usurpas
firmes estão comigo
Joice Furtado - 13/08/2012
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