terça-feira, 3 de abril de 2012

A cobra do Nilo



És rainha, deusa das reais eras pagãs
todo olhar lançado a ti, deslumbra-se
ao esplendor magnânimo, fulguroso
caem absortos, plebeus, em afãs


Musa dos palácios egípcios, senhora
Fatal és
vassalo, teu escravo satisfeito, pudera
beijar-te suave os pés, óh quimera


Vem de Alexandria, princesa
macedônica filha dos Balcãs
Uma amante excelente, feitiços
lança venenos pelas entranhas
Peçonha destila a sulenta maça


Cleópatra, a última rainha egípcia


Dama entre lençóis de linho
enfeites de ouro, fundidos anéis
De todas as belezas humanas
divindade conserva em lúdica tez


Víbora feiticeira de olhos claros, pele
escorre pelos calorosos lábios prazer 
Sexo exala em cada poro reluzindo
ouro e incenso misturado de óleos
raposa de sedosos pelos, orgulhoso ser


Ptolomeu general em sua dinastia
fê-la Grande, destemida joia ensina
a seu sangue não negar jamais
públicos acordos, uniões traiçoeiras
Portentosa entre todas vaidades assaz


Seguem-na reverenciados deuses-demônios
As camareiras, eunucos, amores tristonhos
Dois generais famosos conquistadores
Hator tocando a harpa dos enganos
Adornos encrustando dores padeceu
Preferiu a morte que do amor os danos.


Joice Furtado - 03/04/2012

Cleópatra não foi uma libertina como muitos dizem. Segundo alguns historiadores, todas as uniões da última Rainha do Egito foram de cunho político-militar. Sua morte deveu-se a picada de uma serpente, chamada Cobra do Nilo, ou simplesmente uma víbora.

1 comentários:

Maria Auxiliadora de Oliveira Amapola disse...

Boa noite.

Cleópatra é fascinante!
Há anos, num carnaval em família, eu me fantasiei dela.

Feliz Páscoa!!

Beijos.